O pensamento é triste; o amor insuficiente; e eu quero sempre mais do que vem nos milagres. Deixo que a terra me sustente: guardo o resto para mais tarde.
Deus não fala comigo - e eu sei que me conhece. A antigos ventos dei as lágrimas que tinha. A estrela sobe, a estrela desce... - espero a minha própria vinda.
(Navego pela memória sem margens. Alguém conta a minha história e alguém mata os personagens.)
Como é que uma pessoa que nasceu na Póvoa de Lanhoso, acaba por passar a sua meninice no Alentejo?
O meu pai era Encarregado de Obras Públicas e foi mandado para ajudar a fazer a Barragem de Santa Clara a Velha. Considerada à época a maior Barragem da Europa. Por lá estivemos alguns anos.
Engraçado como podem ficar registadas certas coisa na nossa memória durante tantos anos...
Eu "beijo" o cu à vaca! Eu "beijo" o cu à vaca! Galegas! galegas! Vós sois galegas!
Era assim que nos tratavam a mim e à minha irmã durante o recreio escolar. Chegamos até a ser apedrejadas. Tudo isto claro, porque éramos do Norte. As crianças por vezes podem ser muito mazinhas, é claro que depois de uns confrontos físicos com a "Maria rapaz" que era eu, tudo foi ao lugar e depressa começamos a ser respeitadas.
Foi por aqui que me apaixonei pela primeira vez... tinha treze anos e ele quinze. Amor proibido pelo meu pai que algumas vez me bateu, mas que mantínhamos às escondidas, deixando cartinhas de amor escondidas debaixo de uma pedra... belo e inocente amor. Mas não resistiu às contrariedades da vida, mas ainda durou quase dois anos... Depois mudamos de sítio, seguindo cada um um rumo diferente. Coisas de crianças.
Ficam mais algumas fotografias de um dia que foi muito especial para mim. Obrigada David e Ana por me o terem proporcionado.
A quem passar por aqui deixo a ideia, visitem este lugar, aproveitem que estão perto e desfrutem da beleza da Serra de Monchique, vale a pena.
Penso que não terei sido a única a receber um email deste tipo. Tolos... não sabem o que dizem. Tão pouco se lembram, ou ninguém lhes contou realidades de um passado ainda recente...
Em 1940, portanto há 73 anos, quando um trabalhador do campo (no caso, lenhador) tinha um acidente de trabalho que o deixava com problemas de saúde incapacitantes, não tinha reforma, não tinha albergues onde dormir, não tinha Serviço de saúde, não tinha banco alimentar, entre tantas outras coisas...
Mas tinha que continuar a sustentar a família e por isso ia pedir de porta em porta, as côdeas que os lavradores abastados não conseguiam mastigar...
Para que não fossem corridos pelos cães ou outros (animais racionais ) era-lhes dada uma identificação especial que mostro aqui.
E, esta sim, é uma realidade que não quero que ninguém passe de novo, pois nenhum ser humano o merece. Que esta minha partilha sirva para que ao invés de tanto se falar... SE FAÇA!
Recordações guardadas com respeito e amor pelos meus antepassados, que preservo numa das minhas caixinhas...
Estou de volta. Espero que a todos os amigos, amigas e também a quem me visita, as festas tenham corrido bem. Neste novo ano de 2013, espero que todos possamos sentir um pouco de segurança que nos faça renascer a esperança de uma sociedade mais justa.
Pois é meus amigos... ganhar e perder faz parte do jogo e nós bem sabemos que é assim em tudo na vida. Sim, porque de certa forma a vida é um jogo. E garantidamente mais complicado que um jogo de futebol...
Mas os sonhos... Esses continuam guardados em frascos com flores perfumadas de ilusões, dando algum sentido e encanto à vida.
Estive doente (ainda não estou grande coisa...) Uma colite aguda fez o favor de me atacar de forma repentina e muito eficaz. Provocada por uma notícia muito preocupante... "desemprego da minha filha até ao fim do ano" aliada a outros factores de muito stress. Mas temos que ser fortes e abrir a tampinha do nosso frasquinho de sonhos e cheirar profundamente o odor da esperança. Assim, e como se faz necessária a minha ajuda, hoje vou para Amarante. O meu pai faz anos dia 29 e a minha irmã resolveu juntar toda a família (ou quase... dois dos meus filhos não podem estar presentes) para um almoço. Tem muito espaço em casa e só lá seria possível fazê-lo.
Sei que não vos tenho comentado e peço desculpa por isso, mas de início as dores eram terríveis. A partir de segunda feira tudo voltará ao normal, espero eu...
Até lá, fiquem bem e acreditem... a vida é feita de momentos, a felicidade de pequenos instantes, nada é certo, nada é nosso a não ser os sentimentos. Que sejam sentimentos de amor e esperança.
Sim, a cada dia que passa fico mais surpreendida, incrédula e a duvidar da razão. Sei que sou uma pessoa muito emotiva, fervo com pouca água e sei lá que mais! Mas será normal, ter de ouvir que todo o carinho que dou aos meus pais lhes faz mal? Que ainda ficam mais doentes com a minha "excessiva" preocupação e cuidado?
Dito por quem de direito se devia preocupar tanto como eu... fiquei aborrecida, cheia de razão.
Falei no assunto na hora do almoço. Sei que a minha filha é muito realista, talvez até demais e perguntei-lhe se achava normal o meu irmão dizer tal coisa... Ok, mais me valia ter estado calada! A resposta veio breve e curta:
Mãe, tu levas as coisas muito a peito!
A comida engrossou dentro da minha boca, as lágrimas bailaram nos meus olhos e apenas conclui a conversa dizendo:
Filha eu não levo as coisas muito a peito, apenas tenho algo dentro do peito...
Mais tarde e reflectindo sobre o assunto, não deixo de reconhecer que gostava de ser diferente, de ser mais desprendida de sentimentos. Gostava de levar a vida "numa boa" como se diz agora, pensar mais em mim que nos outros. Afinal pessoas assim é que são normais, a vida é levada com mais optimismo. Eu devo ser mesmo complicada! É isto que acabo por pensar... até porque vou observando ao meu redor, cada vez mais gente desvaloriza sentimentos e deveres, não o farão por mal, apenas porque estão muito ocupados com eles próprios, A VIVER A VIDA DELES.
Será que ainda vou a tempo de aprender e calar a voz do coração? Não creio...
Numa altura em que tanto se fala de crise económica, aqui estou eu falando de crise existencial, pois me parece que, no futuro, o AMOR será apenas uma palavra escrita em poemas de loucos.
“Quando o amor acenar, siga-o, ainda que por caminhos ásperos e íngremes; E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.
E quando ele falar a você, acredite no que ele diz, ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos, assim como o vento norte devasta o jardim.
Pois, se o amor o coroa, ele também o crucifica.
Se o ajuda a crescer, também o diminui.
Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol, também o faz descer às raízes e abala a sua ligação com a terra.
Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro.
Debulha-o até deixa-lo nu.
Transforma-o, livrando-o de sua palha.
Tritura-o, até torna-lo branco.
Amassa-o, até deixa-lo macio;
E então submete ao fogo para que se transforme em pão no banquete sagrado de Deus.
Todas essas coisas pode o amor fazer, para que você conheça os segredos do seu coração, e com esse conhecimento se torne um fragmento do coração, da vida.”