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Nem sempre as coisas correm como desejamos. Cada vez mais me apercebo da minha frágil condição humana. Estou com um problema de saúde. Não poderei explicar aqui no blog o que se passou, seria muito violento. Apenas posso dizer que já me sinto melhor mas que continuo a fazer exames médicos . Sentia-me muito cansada e por isso não tenho vindo ao blog. Agora que estou melhor, virei sempre que puder. Obrigada Miilay por estranhares a minha ausência e te preocupares comigo... fica descansada eu vou ultrapassar mais esta prova. Vou morrer velhinha se Deus quiser, pois não se diz que "mulher doente, mulher para sempre"? E eu amo a vida, ainda tenho algumas coisas que quero fazer.
A todos desejo um BOM FIM DE SEMANA
A chuva cai, suave de mansinho e eu lembro de quando era criança. Como eu gostava de sair para a rua e sentir a chuva picar-me o rosto. Molhar-me os cabelos grandes que depois abanava , sacudindo a cabeça. Lembro minha mãe a ralhar; Maria! Vais ficar doente...
Talvez se o fizesse agora ficasse doente, mas nessa altura era jovem, cheia de saúde.
Esta noite dormi muito pouco. A chuva com seu murmurar suave, fez-me companhia. Farta de estar na cama , levante-me e vim para o meu cantinho. Sentada na minha confortável cadeira, deixei-me estar calmamente e continuei a ouvir a chuva que ainda cai lá fora. O cesto dos papeis contem demasiados pacotes de tabaco vazios, ando realmente a fumar demais, pensei.
Na noite anterior a esta, minha mãe descompensou completamente, ligou-me várias vezes durante a noite, crises medonhas de pânico fazem-na acreditar que a querem matar no hospital. Ontem a esta hora estava eu a caminho do hospital para tentar que se acalmasse. Não consegui...
Recusava os medicamentos e os alimentos. Depois de vista pelo médico, lá conseguiram que ela deixasse aplicar a injecção e tomasse o resto. Comer, mal comeu. Já rebentou três pontos com tanta agitação e tem a parte superior da perna completamente negra. Ontem disse-nos que ia morrer à meia noite se não assinarmos o termo de responsabilidade para sair do hospital. Gostava de poder ter passado a noite com ela, mas não é permitido. Telefonou-me por volta da onze horas de ontem ; Não tenho nem vestígios de sono ... disse. Mas já não falou da morte. Esta noite foi longa para mim. Espero que hoje ela esteja melhor.
É verdade que tudo isto são coisas normais, o fim da caminhada talvez se aproxime e deveríamos aceitar naturalmente o fim da vida. Mas isso são palavras, as tais palavras bonitas... mas que se distanciam muito da realidade. Porque a realidade é que sofremos quando sentimos que estamos perto de perder quem amamos e ninguém está preparado, por muito que tente.
Chove lá fora e chove no meu coração.
Rosinda
Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles, podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.
A sua cama estava junto da única janela do quarto.
O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.
Os homens conversavam horas a fio.
Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias.
E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.
O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.
A janela dava para um parque com um lindo lago.
Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos.
Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris.
Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte.
Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar.
Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retractava através de palavras bastante descritivas.
Dias e semanas passaram.
Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.
Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.
Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia
ser colocado na cama perto da janela.
A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.
Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.
Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora.
Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... que dava, afinal, para uma parede de tijolo!
O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.
A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. "Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".
Moral da História:
Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.
A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.
Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.
"O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que lhe chamam o presente."
(autor desconhecido)
Rosinda