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33 ANOS, IDADE DE CRISTO.

por Rosinda, em 24.06.09

 

 

  Estranho titulo, para recomeçar a minha história,   de vida, mas a verdade, é que muitas vezes pensei nisso ; Tenho que aguentar, Jesus sofreu mais por nós, eu ainda vou ser feliz!

Tinha portanto trinta e três anos, quando conheci o homem que viria a ser, o homem da minha vida, o meu grande amor...

Também ele com problemas familiares, (era o que dizia) casado e com três filhas. Eu estava na altura a ajudar uma amiga que tinha um café, e o porte físico daquele homem chamava a atenção, alto, forte sem ser gordo, moreno, enfim, um pedaço de homem! Duas de treta, um dia, depois outro, um toque de dedos ao acender o cigarro... e lá bateu o coração mais rápido,  e lá começamos a falar de nós! Eu carente, ele sabidão e mais  vivido, com o dom da palavra, acreditei piamente no que me contava. Ou seja basicamente dizia que o casamento dele era um fracasso, que se ia separar, e por aí fora!

Eu fui conversando com ele, saímos duas vezes, estávamos nessa altura em Junho, em Setembro, bateu-me à porta com as malas. Disse que a mulher o tinha posto fora de casa. Deixei que ficasse. Não demorou a mostrar-se como era, machista, bebedor, sempre senhor da razão. Contudo eu amava-o mesmo e achei que podia mudar.Lá fui tentando compreender, ele dizia que bebia porque lhe era insuportável viver sem as filhas e eu ficava cheia de pena. Fui falar com a mulher dele, perguntei se o aceitava de volta, contei-lhe que ele estava a arruinar a saúde assim a beber, era perigoso até pela profissão que tinha (camionista). Ela, mulher de bastante frieza, (hoje sei porquê) disse: 

Ele é assim, mas pelas minhas filhas eu aceito-o de volta a casa. Depois dessa conversa eu fiquei a saber que ele não ia ser repudiado pela mulher, então falei com ele, contei o que tinha feito, e disse-lhe para voltar para casa.

Foi em Outubro, disse que não, que já não conseguia viver sem mim...

O tempo ia passando e eu lá ia tentando (tenho tendência para mártir!) entender   e desculpando algumas coisas, porque coitado, estava a tentar  ultrapassar a ausência das filhas.

O amor que eu sentia por ele cegava-me completamente, fez-me sentir mulher completa. Aprendi aos 33 anos coisas sobre sexo que desconhecia, de mulher frígida eu não tinha nada!

Assim passaram dois meses de paixão assolapada.

Chegou assim o  Natal que passou comigo e com os meus filhos, combinou-se que no Ano Novo os miúdos iriam para casa da minha irmã, nós passaríamos com alguns amigos .

No último dia de Dezembro no fim do dia, arranjou-se e disse que ia desejar um bom ano ás filhas, mas para me arranjar que não demorava. Achei bem!

Esperei, esperei muito...á meia noite bebi sozinha a garrafa de champanhe, vomitei, (habitualmente não bebo) e depois chorei o resto da noite, encostada ao vidro da janela...

Quando amanheceu, fui ver se o carro estava á porta da mulher e, claro, estava. Voltei para casa e telefonei á minha irmã para me trazer os meus filhos. Precisava ter alguém em casa tinha  medo de fazer alguma asneira. Ao meio dia o cavalheiro apareceu com a filha mais nova pela mão, como se não se tivesse passado nada. Mandei-o embora.

Sofri bastante, o meu ex-marido deixou de mandar a pensão, os meus pais tinham deixado de me falar, passei um mau bocado,  amava aquele homem.

Em Junho de 1988, quando saia do trabalho, ele estava á espera para falar comigo. A cabeça dizia não, o coração, dizia  sim... Ganhou o coração!

 Chorou, implorou, queria voltar para mim. Fiz-lhe ver que não podia andar de uma casa para a outra,que sofríamos nós, e principalmente as crianças. Depois de uma semana não resisti e ele voltou.

Tenho que dizer o que sinto neste momento ao escrever o que se passou:

 Sinto-me burra! Como pode o amor cegar tanto? É que o pior está por contar!

 Mas por hoje, vou só deixar aqui uma frase, que não é minha, mas faz todo o sentido:

 

 O CORAÇÃO TEM SUAS PRISÕES, QUE A INTELIGÊNCIA NÃO ABRE.

 

        

 

ATÉ BREVE!

 

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publicado às 16:36


"O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela." (Fernando Pessoa)


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